Presidente da CBF foi ao campo antes da partida, levou pentacampeões do mundo e participou de corrente
Presidente da CBF, Rogério Caboclo, conversa com Tite antes do jogo.
Em crise cada dia mais grave na CBF, o presidente Rogério Caboclo tentou participar de alguma forma da partida do Brasil contra o Equador. Antes de mais uma boa vitória da Seleção de Tite, o dirigente se juntou à corrente dos jogadores no vestiário e aproveitou que levava os ex-jogadores Cafu e Gilberto Silva, além de Juninho Paulista e Clodoaldo, para fazer discurso inflamado com os campeões do mundo.
Os relatos são de que o presidente estava alterado e gerou constrangimento na roda de atletas até o técnico Tite e o atacante Neymar seguirem com palavras de incentivo antes de entrar em campo.
Caboclo também pediu aos jogadores que eles não falassem após o jogo, o que só aumentou a insatisfação no grupo.
Enfrentando acusações de assédio sexual e moral de funcionária da CBF, o presidente chegou a Porto Alegre durante a tarde e foi almoçar com dirigentes da federação gaúcha de futebol.
Ele não passou no hotel da Seleção. A revelação do ge, com trechos da denúncia da funcionária no canal da Comissão de Ética, foi publicada no meio da tarde, provocou mudanças na rota do presidente, que pretendia visitar a delegação antes da ida ao vestiário.
Caboclo ainda subiu ao gramado, acompanhado de Tite e do coordenador Juninho Paulista, e ficou cerca de 15 minutos em contato com a dupla e ainda com Clodoaldo, chefe da delegação, e Cafu, convidado para a partida. Bebeu água e se abraçou com Tite, com quem colou o rosto, antes de deixar o gramado.
Depois, assistiu à vitória do Brasil por 2 a 0 sobre o Equador de um camarote do Beira-Rio.
A relação entre Caboclo e jogadores e comissão técnica da Seleção não é boa. Os atletas estão insatisfeitos com a forma como o presidente da CBF conduziu a transferência da Copa América para o Brasil. Caboclo esteve na Granja Comary no domingo e em nenhum momento tratou desta possibilidade, que se consumou na manhã do dia seguinte.
Também causou mal-estar, inclusive na comissão técnica da Seleção, o fato de nenhum dirigente ter se pronunciado publicamente sobre a transferência da competição para o País. Eles se sentiram expostos com a situação.
Recentemente, a “ESPN” divulgou áudios em que Caboclo manifestava a intenção de demitir Cléber Xavier, auxiliar de Tite. Embora tal desejo já fosse de conhecimento do treinador, o fato das gravações virem a público causou desconforto.
Em meio a tamanha turbulência, a Seleção volta a campo na terça-feira, diante do Paraguai, em Assunção. Até a véspera da partida, a delegação seguirá em Porto Alegre. Caboclo deve voltar ao Rio de Janeiro.
(Com informações do ge).