Voz ativa em defesa do técnico, coordenador terá papel importante para conter turbulência
O coordenador de futebol do São Paulo, Muricy Ramalho, foi um dos principais pilares para a permanência de Hernán Crespo no comando técnico do clube.
Após o empate com a Chapecoense, lanterna do Brasileirão, no último domingo, o treinador argentino se viu no maior momento de pressão desde que foi contratado. A demissão nunca esteve tão próxima.
Na segunda-feira pela manhã, a diretoria se reuniu para uma conversa no CT da Barra Funda para discutir qual rumo tomar após o terceiro empate consecutivo no Campeonato Brasileiro e a ausência de evolução após uma semana livre para treinos.
Muricy Ramalho esteve presente e foi uma das vozes mais ativas em defesa da continuidade de Crespo no São Paulo. O coordenador de futebol foi um dos entusiastas da contratação do técnico após, segundo a diretoria, entrevistar dez treinadores. Carlos Belmonte, diretor de futebol, e Julio Casares, presidente, também já respaldaram Crespo publicamente.
Muricy Ramalho e Hernán Crespo conversam no São Paulo — Foto: Erico Leonan / saopaulofc
O ex-treinador e ídolo do Tricolor participou do processo seletivo para chegar a um novo nome após a saída de Fernando Diniz e ficou empolgado com o que viu nas conversas por videoconferência à época.
Em entrevistas no começo da temporada, Muricy fez questão de expor sua admiração pela forma com que Crespo trabalhava no dia a dia. A liberdade para conversas sobre futebol era um dos pontos positivos citados pelo coordenador.
Com Crespo mantido no cargo, a ideia agora é que Muricy Ramalho esteja ainda mais próximo da comissão técnica argentina neste momento de turbulência. Tricampeão brasileiro pelo São Paulo, o ex-técnico conhece bem os momentos de pressão no clube.
Embora se torne mais ativo no dia a dia do CT da Barra Funda, Muricy não deve interferir em escalações ou na escolha de formações táticas. O papel do coordenador será mais de aconselhamento e possíveis conversas com atletas.
No começo de janeiro, ainda sob o comando de Fernando Diniz, Muricy adotou postura semelhante em um momento conturbado da temporada. Naquele momento, a equipe acumulava resultados negativos e estava prestes a perder a liderança do Campeonato Brasileiro depois de duas derrota
O coordenador de futebol, então, reuniu o elenco em um dos gramados do CT e se colocou à disposição dos jogadores para que eles o procurassem quando necessário. O bate-papo não surtiu o efeito esperado, e o Tricolor deixou o título escapar.
Nas últimas semanas, Crespo tem conversado bastante com os jogadores, principalmente de forma coletiva, para tentar mudar o ânimo da equipe. Muricy deve fazer algo no mesmo sentido.
Além do respaldo de Muricy no trabalho de Crespo, pesou também o fato da multa rescisória do argentino. Caso o São Paulo demita o treinador em 2021, o Tricolor terá que desembolsar 750 mil dólares (cerca de R$ 4 milhões). Devido a grave crise financeira, o valor se torna um entrave para uma possível rescisão de contrato neste momento,
Diante destes fatores, a reviravolta da equipe em campo precisa ser imediata. Um novo tropeço diante do Santos, na próxima quinta-feira, às 18h30, no Morumbi, pode fazer com que o respaldo de Muricy não seja suficiente para segurar a pressão que irá se instalar sobre o treinador argentino.
Com 28 pontos ganhos, o Tricolor ocupa a 13ª posição do Brasileirão e está a cinco pontos da zona de rebaixamento.
(Com informações do ge).