Há algum tempo, um vídeo viralizou na internet ao apresentar como será o formato dos continentes ao longo dos próximos 250 milhões de anos. De acordo com informações do site Tech Insider, o vídeo foi produzido a partir das projeções do cientista Chris Scotese, professor do Departamento de Ciências da Terra e Planetárias da Northwestern University, nos Estados Unidos.
A animação apresenta todas as mudanças que ocorrerão com os continentes durante o período citado, mostrando o ‘contorcionismo’ do planeta Terra; é possível ver a Austrália se movendo para o norte e a África se juntando à Europa, até uma fusão completa da América do Norte com a Europa Ocidental. No fim, é quase impossível de visualizar os continentes separados, pois todos se juntarão em uma ‘grande massa de terra’.
Ou seja, depois de todo esse longo processo, a Terra se transformará em uma espécie de ‘pangeia 2.0’, pois ela retornará ao modelo proposto pela deriva continental — a pangeia original aconteceu durante a era Paleozoica, aproximadamente entre 200 milhões a 540 milhões de anos atrás.
Mas afinal, o que é significa a teoria da deriva continental? Para responder essa questão, o TecMundo reuniu informações de cientistas e especialistas da área.
O que é a teoria da deriva continental?
A teoria da deriva continental foi desenvolvida pelo geólogo alemão Alfred Wegener, em uma publicação lançada em meados de 1912, nomeada de Die Entstehung der Kontinente und Ozeane (A Origem dos Continentes e Oceanos). Segundo a teoria, entre 200 e 500 milhões de anos atrás, todos os continentes eram uma massa única de terra — as palavras Pan (toda) e geia (Terra) derivam do grego e podem ser traduzida como ‘Toda a Terra’ ou ‘Terra única’.
A ideia surgiu quando Wegener estava observando um mapa dos continentes e ficou intrigado com a aparência da possível conexão entre eles.
O geólogo descreve que uma única massa de terra era um supercontinente, até se transformar nos diversos continentes que estão no mapa mundi. Na época da publicação, alguns cientistas desacreditaram da teoria de Wegener, contudo, eles passaram a compreender as observações do geólogo alemão e perceberam que a teoria pode ter sido real. O “problema” era que Alfred não demonstrava como a movimentação ocorreu, algo que foi explicado alguns anos depois por conta da influência das placas tectônicas.
A teoria da deriva continental foi desacreditada por muitos anos, mas os cientistas conseguiram encontrar respostas para as lacunas que faltavam.Fonte: Getty Images
“As ideias de Wegener encontraram grande resistência no mundo científico da época e nas próximas três décadas, principalmente pelo fato de não se conseguir explicar de uma forma satisfatória qual seria a força motriz capaz de transladar grandes massas continentais como se fossem jangadas, arrastando-as sobre o fundo do mar”, é descrito em um artigo da Universidade Estadual Paulista (UNESP).
É importante destacar que Wegener estava realmente errado em relação à algumas informações, por exemplo, ele achava que os continentes se moviam como geleiras quebrando e viajando para longe. Então, entre 1950 e 1970, os cientistas desenvolveram a teoria das placas tectônicas, que respondia o mistério da movimentação durante a deriva continental.
Após analisarem diversos dados, os pesquisadores da época perceberam anomalias magnéticas no fundo do oceano, sugerindo a movimentação das placas tectônicas. Essas observações mostraram evidências de que as placas tectônicas são responsáveis pela deriva continental, que é o movimento dos continentes ao longo do tempo.
Wegener também percebeu evidências da Pangeia por meio de fósseis de plantas e animais semelhantes ou idênticos, observados em diferentes continentes.Fonte: Reprodução/ National Geographic
É até possível encontrar evidências da deriva continental em diversos fósseis de plantas, animais e até em rochas. Por exemplo, as formações geológicos encontradas em Karoo, na África do Sul, mostram evidências de uma antiga conexão com rochas observadas em Santa Catarina, no Brasil.
“Ele observou outras características que coincidiam em ambos os lados do Oceano Atlântico — as Montanhas dos Apalaches e as Montanhas Caledônicas, além de uma variedade de tipos de fósseis. Isso levou Wegener a concluir que todos os continentes modernos foram, em algum momento, reunidos para formar um supercontinente que ele chamou de Pangeia. Há 200 milhões de anos, a Pangeia se desfez e os continentes lentamente se deslocaram para suas posições atuais”, é descrito no site da Universidade Cornell.
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