Representantes da Defensoria Pública foram até a comunidade da zona norte para apurar denúncias de moradores
O procurador da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ (Ordem dos Advogados do Brasil), Rodrigo Mondego, apura indícios de tortura e execuções durante a operação policial que deixou 23 mortos na Vila Cruzeiro, zona norte do Rio.
Na manhã da última quarta-feira (25), representantes da OAB-RJ e da Defensoria Pública estiveram na comunidade com a Faferj (Federação das Associações de Favelas do Rio de Janeiro) para apurar denúncias de moradores da Vila Cruzeiro.
“Nós tivemos acesso a um cadáver que tinha marcas de faca e um pó branco em seu rosto e na sua boca, o que indica que alguém tentou fazer com que ele ingerisse cocaína pela boca, o que poderia caracterizar tortura”, disse Mondego.
Mondego também afirmou que teve acesso a cadáveres que haviam sido colocados em conjunto e disse que isso significa execução sumária.
“Conseguimos observar que algumas pessoas morreram juntas. Tinha alguns grupos de três, quatro e cinco pessoas mortas na mesma localidade, o que indica uma execução sumária”, completou.
Mais de 20 pessoas foram mortas durante a operação do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) em conjunto com a PRF (Polícia Rodoviária Federal) e a PF (Polícia Federal) na Vila Cruzeiro, zona norte do Rio, na última terça-feira (24). A ação foi considerada a segunda mais letal do Rio de Janeiro.
O objetivo da operação era prender lideranças de uma das maiores facções que atuam no Rio e em outros estados, após informações do setor de inteligência de que um grupo de cerca de 50 criminosos pretendia entrar na Rocinha, na zona sul.
Fonte: R7