Uma mulher trans de 26 anos foi agredida por dois homens na região centro de São Paulo, na madrugada deste domingo (27). O ataque, segundo ele, teve início perto do Terminal Parque Dom Pedro II e, depois, continuou dentro do espaço.
Segundo boletim de ocorrência registrado na 1ª Delegacia de Defesa da Mulher, Fernanda Frazão estava nas imediações do terminal, comendo um lanche, quando foi abordada por um homem que a atingiu com um soco na boca.
“Eu parei para abrir o meu iogurte, nisso ele parou na minha frente, olhou para a minha cara e falou: ‘Você está fazendo programa aqui sua traveco?’ Ele nem esperou eu falar nada, só me deu um soco”, afirmou Frazão.
Nervosa, ela disse ter questionado a agressão e começado a andar atrás do agressor, que saiu andando. Frazão afirmou ter revidado o soco e que eles começaram uma luta corporal. Neste momento, um segundo homem, ainda de acordo com ela, apareceu e começou a agredi-la também.
“Eu ouvi eles falando que iam me amarrar, aí eu saí correndo para dentro do terminal, achando que eles não iam entrar lá dentro. Só que eles entraram e me agrediram de novo. Quando eu caí no chão, eles começaram a pisar no meu rosto”, afirma Frazão.
As agressões só cessaram, disse ela, quando passageiros do terminal começaram a gritar pedindo que eles parassem. Na sequência, os dois fugiram.
Com ferimentos no rosto e no pescoço, ela foi socorrida e encaminhada à unidade da AMA (Assistência Médica Ambulatorial), na Sé.
O caso foi registrado como injúria e lesão corporal na 1ª DDM. Na delegacia, a mulher realizou exame de corpo de delito. Nesta segunda-feira (28), Frazão deve ser ouvida para que a polícia faça o retrato falado dos agressores.
A Secretaria da Segurança Pública disse, por meio de nota, que as imagens das câmeras de segurança do terminal de ônibus foram solicitadas e que diligências estão em andamento para identificar a dupla.
Frazão é integrante do Coletivo Arouchianos, organização que ajuda a população LGBTQIA+, no centro da cidade, e nas redes sociais.
“Até quando pessoas travestis, mulheres transexuais, homens trans e trans masculinos serão violentadas/os por existirem? Um dos agressores chamou Fernanda de ‘traveco’ e desferiu um soco em seu rosto. Ao revidar, ela foi ameaçada de ser amarrada com corrente, quando correu para o Parque Dom Pedro, onde as agressões e insultos continuaram, e foram ampliadas com a chegada de um outro agressor”, afirmou o coletivo em uma postagem nas redes.
Em nota, a SPTrans lamentou o ocorrido e disse que, por volta das 3h05, a vítima foi socorrida pelos funcionários da empresa que administra o terminal e encaminhada para atendimento médico. A empresa disse que está à disposição da polícia para auxiliar nas investigações.
“A SPTrans repudia qualquer tipo de agressão, violência e discriminação no transporte e nas dependências públicas e realiza campanhas educativas sobre tolerância e respeito em materiais afixados nos ônibus, terminais e publicados em seus perfis nas redes sociais.”
( Com Informações: Folha Press )