Neste sábado, 26 de março, a data marca o Dia Mundial de Conscientização da Epilepsia, chamado de “Dia Roxo” ou “Purple Day” (em inglês), criado em 2008, dedicado a aumentar a consciência da população sobre a epilepsia em todo o mundo. A epilepsia é uma alteração temporária e reversível do funcionamento do cérebro, que não tenha sido causada por febre, drogas ou distúrbios metabólicos.
A epilepsia é uma condição, em que por um determinado período de tempo, há um mau funcionamento do cérebro, causado pela emissão de sinais, descargas ou impulsos elétricos incorretos emitidos pelos neurônios.
Existem dois tipos de epilepsia: a focal e a bilateral. Na epilepsia focal, essa emissão incorreta de sinais fica limitada a apenas uma parte do cérebro, enquanto a epilepsia bilateral afeta os dois hemisférios cerebrais.
Foi com pequenos apagões que a epilepsia começou a dar os primeiros sinais para a assessora jurídica Larissa Coutinho, 33, diagnosticada com o distúrbio há mais de 20 anos.
“Eu sentia uma sensação estranha, mas não falava nada para ninguém, eu só tinha uns 5 anos. Era tudo confuso, aí vieram as convulsões e os apagões, foi quando fui diagnosticada com o transtorno, e passei a fazer tratamento”, contou a assessora jurídica, que mesmo contrariando as orientações médicas de não engravidar, pois correria risco, hoje tem dois filhos.
Crises – Segundo o neurologista Francisco Tussolini, da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), este transtorno é provocado por descargas elétricas dessincronizadas do córtex cerebral, camada mais externa do cérebro, caracterizada por alterações comportamentais súbitas, chamadas crises epilépticas, que se repetem em intervalos de tempo variáveis, podendo se manifestar em qualquer fase da vida.
“Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença atinge mais de 50 milhões de indivíduos no mundo, com estimativa de que 3,5 milhões não recebem ou não fazem o tratamento adequado. Na América Latina, são quase 8 milhões convivendo com a doença, sendo 3 milhões brasileiros. Ela também pode afetar crianças e aquelas que apresentaram complicações ao nascimento podem evoluir com epilepsia”, disse o neurologista.
Ainda segundo o médico, muitas vezes, a causa é desconhecida, mas pode ter origem em ferimentos sofridos na cabeça, recentemente ou não. Também traumas na hora do parto, abuso de álcool e drogas, tumores e outras doenças neurológicas facilitam o aparecimento da epilepsia.
Diagnóstico – O diagnóstico é baseado no histórico do paciente com a descrição detalhada do evento suspeito. O neurologista faz associação com histórico de sofrimento do sistema nervoso central do paciente, seja agudo, como é o caso dos traumas, infecções e quedas; ou sofrimento antigo, como histórico de desenvolvimento intrauterino traumático, sofrimento perinatal, no momento do nascimento, ou nos primeiros anos de vida e que podem se tratar de hipoxemia cerebral, infecções ou traumatismos.
Assistência – O atendimento ofertado a pacientes com epilepsia, no Sistema Único de Saúde (SUS), inicia em uma unidade da Atenção Primária à Saúde (APS). Após esse primeiro atendimento, a rede de saúde pública do Estado possui neurologistas para assistência especializada de pacientes encaminhados pelo Sistema de Regulação (Sisreg).
Para os casos de urgência e emergência, o atendimento será realizado em um dos Hospitais e Pronto-Socorros (HPSs) ou em Unidades e Serviços de Pronto Atendimento (Upas e SPAs).
Recomendações – Confira sete medidas importantes para saber o que fazer ao identificar uma pessoa durante crise epiléptica:
1. Em primeiro lugar, mantenha a calma! As crises tendem a passar com o tempo;
2. Coloque a pessoa deitada e vire a cabeça para o lado que o observador estiver (de lado e com a cabeça elevada);
3. Remova da área objetos perigosos com os quais a pessoa possa se ferir;
4. Não introduza nada em sua boca e não prenda sua língua com colher ou outro objeto. Isso pode asfixiá-la — e você ainda corre o risco de sofrer uma mordida;
5. Não dê nada para a pessoa beber ou comer;
6. Aguarde a respiração do paciente se normalizar e, se ele quiser se levantar, o ampare nesse momento;
7. Chame uma ambulância se a crise durar muito tempo, for seguida por outras ou caso a pessoa não recupere a consciência.
( Com Informações: SES AM )