Servidores da DPE-AM e professora universitária trataram da evolução histórica, o sistema de proteção e o papel da sociedade na efetivação da dignidade da pessoa com deficiência
A Escola Superior da Defensoria Pública do Estado do Amazonas (Esudpam) realizou, nesta terça-feira (3), na sede administrativa da DPE-AM, em Manaus, o curso “Reflexões sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência”. Inclusão, acessibilidade e capacitismo foram alguns dos assuntos discutidos.
O servidor Fábio Ricarte, que atua no Núcleo de Defesa da Saúde (Nudesa), abriu as apresentações com o tema “A Evolução Histórica da Proteção da Pessoa com Deficiência no Mundo”. Além do resgate histórico, ele apresentou o arcabouço legal brasileiro e legislações locais.
“Que tenhamos mais empatia. Não precisa ter piedade ou dó”, disse o assistente técnico. “Para avançarmos mais, precisamos do engajamento de todos na luta pela inclusão e respeito”, acrescentou Ricarte.
O diretor da Esudpam, Helom Nunes, ressaltou a importância da exposição. “É importante termos essa compreensão de onde estamos hoje, as origens e o Fábio trouxe isso com muita grandeza e muita alma. Que possamos estar multiplicando. Essa é uma luta que nós precisamos avançar como sociedade”, destacou o defensor público.
Na sequência, a advogada e professora Veranice Frota abordou “O sistema brasileiro de proteção à pessoa com deficiência e os desafios para a efetivação da política pública”. Professora de “Relações de Consumo”, ela contou que ingressou na luta pelos direitos das PCD durante as atividades acadêmicas, ao interagir com alunos PCD, que relataram a ela uma série de descumprimento das leis.
“Eu me encantei com a luta e comecei a me incomodar com o desrespeito às leis. Então, eu pensei como posso ajudar”, disse Veranice, que passou a trabalhar o tema dentro da disciplina, provocando os alunos a identificarem em shoppings de Manaus o descumprimento da legislação – como falta de cardápios em braille, rampas, pisos táteis e fones de ouvido para pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista).
“Eu passei a dizer aos meus alunos: vocês vão para as ruas, vocês vão ser empáticos, vão viver a realidade das pessoas com deficiência”, disse. O trabalho deu origem a dois projetos “Luz nas pontas dos dedos” e “Consumidor Universal”.
A professora disse que seu objetivo é estimular os mais de 500 alunos para os quais dá aula no semestre a se engajarem na luta. “No final do período, nós enviamos aos shoppings sugestões de melhorias”, observou.
Ao fim da fala de Veranice, o defensor Helom Nunes elogiou as iniciativas e ressaltou que o trabalho é multiplicador, fazendo que com os alunos saiam da universidade com sede de mudanças.
Encerrando a programação, a servidora Maria Maia falou sobre “O papel da sociedade para efetivação da dignidade da pessoa com deficiência”. A assistente social deu exemplos de como a sociedade vem sendo formada em uma cultura egoísta quanto aos direitos, em que todos querem o cumprimento daquilo que têm direito sem se importar com que os outros também tenham seus direitos respeitados.
“Nos ônibus e nas agências bancárias, há uma verdadeira guerra sobre assentos e filas, sobre quem é preferencial e quem não é”, exemplificou.
“Precisamos refletir bastante em relação à nossa cidadania. Nós podemos ler milhões de livros, milhões de textos, mas, se não tivermos educação, respeito e empatia, não vamos a lugar nenhum”, destacou.
Texto: Luciano Falbo
Fotos: Márcio Silva/DPE-AM
Servidores da DPE-AM e professora universitária trataram da evolução histórica, o sistema de proteção e o papel da sociedade na efetivação da dignidade da pessoa com deficiência
A Escola Superior da Defensoria Pública do Estado do Amazonas (Esudpam) realizou, nesta terça-feira (3), na sede administrativa da DPE-AM, em Manaus, o curso “Reflexões sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência”. Inclusão, acessibilidade e capacitismo foram alguns dos assuntos discutidos.
O servidor Fábio Ricarte, que atua no Núcleo de Defesa da Saúde (Nudesa), abriu as apresentações com o tema “A Evolução Histórica da Proteção da Pessoa com Deficiência no Mundo”. Além do resgate histórico, ele apresentou o arcabouço legal brasileiro e legislações locais.
“Que tenhamos mais empatia. Não precisa ter piedade ou dó”, disse o assistente técnico. “Para avançarmos mais, precisamos do engajamento de todos na luta pela inclusão e respeito”, acrescentou Ricarte.
O diretor da Esudpam, Helom Nunes, ressaltou a importância da exposição. “É importante termos essa compreensão de onde estamos hoje, as origens e o Fábio trouxe isso com muita grandeza e muita alma. Que possamos estar multiplicando. Essa é uma luta que nós precisamos avançar como sociedade”, destacou o defensor público.
Na sequência, a advogada e professora Veranice Frota abordou “O sistema brasileiro de proteção à pessoa com deficiência e os desafios para a efetivação da política pública”. Professora de “Relações de Consumo”, ela contou que ingressou na luta pelos direitos das PCD durante as atividades acadêmicas, ao interagir com alunos PCD, que relataram a ela uma série de descumprimento das leis.
“Eu me encantei com a luta e comecei a me incomodar com o desrespeito às leis. Então, eu pensei como posso ajudar”, disse Veranice, que passou a trabalhar o tema dentro da disciplina, provocando os alunos a identificarem em shoppings de Manaus o descumprimento da legislação – como falta de cardápios em braille, rampas, pisos táteis e fones de ouvido para pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista).
“Eu passei a dizer aos meus alunos: vocês vão para as ruas, vocês vão ser empáticos, vão viver a realidade das pessoas com deficiência”, disse. O trabalho deu origem a dois projetos “Luz nas pontas dos dedos” e “Consumidor Universal”.
A professora disse que seu objetivo é estimular os mais de 500 alunos para os quais dá aula no semestre a se engajarem na luta. “No final do período, nós enviamos aos shoppings sugestões de melhorias”, observou.
Ao fim da fala de Veranice, o defensor Helom Nunes elogiou as iniciativas e ressaltou que o trabalho é multiplicador, fazendo que com os alunos saiam da universidade com sede de mudanças.
Encerrando a programação, a servidora Maria Maia falou sobre “O papel da sociedade para efetivação da dignidade da pessoa com deficiência”. A assistente social deu exemplos de como a sociedade vem sendo formada em uma cultura egoísta quanto aos direitos, em que todos querem o cumprimento daquilo que têm direito sem se importar com que os outros também tenham seus direitos respeitados.
“Nos ônibus e nas agências bancárias, há uma verdadeira guerra sobre assentos e filas, sobre quem é preferencial e quem não é”, exemplificou.
“Precisamos refletir bastante em relação à nossa cidadania. Nós podemos ler milhões de livros, milhões de textos, mas, se não tivermos educação, respeito e empatia, não vamos a lugar nenhum”, destacou.
Texto: Luciano Falbo
Fotos: Márcio Silva/DPE-AM