Se você já acha difícil dar um banho em seu cão ou gato, imagine se fosse um… crocodilo. Agora vamos complicar as coisas: não estamos falando de apenas um réptil mal-humorado, mas sim 78 deles. Esse é o desafio que os profissionais do Departamento de Pesca e Vida Selvagem do estado de Louisianna, nos EUA, estão enfrentando.
Tudo começou com o vazamento de óleo diesel de uma tubulação corroída da Collins Pipeline Co. em Chalmete, subúrbio de Nova Orleans, em 27 de dezembro. O combustível atingiu duas lagoas artificiais onde os crocodilos, além de peixes e pássaros, viviam.
Em consequência, 2.300 peixes morreram, além de uma centena de outros animais incluindo 39 cobras, 32 pássaros e nove sapos. Dos 78 crocodilos, a maioria foi resgatada em até duas semanas após o vazamento, mas sete só foram capturados nesta semana.
Como é de se imaginar, limpar um crocodilo com 2 metros de comprimento não é fácil. Cada animal exige a atenção de oito pessoas: quatro para segurá-lo, duas para esfregá-lo, uma pessoa com uma mangueira para enxaguá-lo com água quente e outra para trocar a água.
Cada animal recebe uma série de banhos, usando doses cada vez menores de detergente de louça, para eliminar todo o óleo. Só depois disso vem a “cerejinha do bolo”: também é preciso escovar seus dentes.
Segundo Laura Carver, coordenadora do departamento, para isso é usado um pedaço de madeira “parecido com um cabo de vassoura” para manter as bocas dos animais abertas. “Literalmente lavamos as bocas deles com sabão. É a única coisa que funciona”, diz.
Até o momento, 30 animais já foram limpos e soltos na reserva nacional da vida selvagem de Bayou Salvage, a cerca de 16 km do local do acidente. Isso inclui 11 filhotes com menos de 50 cm de comprimento cada.
Antes de ir ao “spa”, os animais precisam esperar que toda a comida contaminada que consumiram antes do resgate passe por seu sistema digestivo. Enquanto isso, eles são abrigados em piscinas infantis infláveis, cercadas por chapas de compensado. “Descobrimos que cercas de arame não funcionam, porque os crocodilos maiores realmente gostam de escalar”, disse Carver.
( Com Informações: olhar digital )