Operadora de saúde é acusada de fazer testes com cloroquina no tratamento da Covid-19 e ocultar as informações dos pacientes
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia ouve agora o diretor-executivo da operadora de saúde Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior.
Inicialmente, ele seria ouvido na última quinta-feira (16). Entretanto, afirmou, por meio de nota, que o e-mail de convocação havia chegado apenas no fim da quarta-feira (15) e, portanto, não teria tempo hábil para viabilizar seu comparecimento.
A Prevent Senior é acusada, em um dossiê entregue à CPI, de fazer testes com cloroquina no tratamento da Covid-19 e ocultar as informações dos pacientes.
Pedro Júnior obteve do Supremo Tribunal Federal (STF) habeas corpus que lhe garante o direito constitucional de permanecer em silêncio em questionamentos que possam incriminá-lo.
O requerimento para convocação de Pedro Benedito Júnior foi apresentado pelo senador Humberto Costa (PT-PE), que recebeu de médicos que trabalhavam na Prevent Senior um documento que aponta uma série de irregularidades no tratamento da Covid-19.
O diretor também deve ser questionado sobre a possível relação da empresa com o “gabinete paralelo”, formado por pessoas que orientariam de forma extraoficial o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a condução da pandemia.
O Palácio do Planalto, segundo o analista de política da CNN Gustavo Uribe, elaborou uma lista de sugestões de perguntas para senadores governistas questionarem Pedro Benedito. Eles foram instruídos a defenderem o chamado “tratamento precoce” e colocarem em dúvida as denúncias apresentadas contra a empresa.
Respondendo ao relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), Pedro Júnior negou que a Prevent Senior tenha realizado testes em massa com medicamentos ineficazes.
Segundo ele, foi realizado um teste observacional do ato médico.
“Não foram feitos testes. Não houve testagem. Não há necessidade de autorização para estudo. Nós só observamos o ato médico.”
Pedro Júnior afirmou ainda que os pacientes chegavam à Prevent Senior em busca destes medicamentos, que são comprovadamente ineficazes para o tratamento da Covid-19. “Não há crime em operadora fornecer a medicação confirme a prescrição do medico”, disse.