Campanha do partido conquista povos tradicionais, cuja grande maioria não integra organizações partidárias porque não existem legalmente como cidadãos brasileiros
Desde que iniciou a campanha de filiação neste mês de abril, o novo diretório estadual do Partido Republicano da Ordem Social (PROS) tem registrado grande procura por informações e filiações. Os mais novos integrantes da legenda são 96 indígenas.
Os recém chegados foram trazidos por Kamila Katusawa, da etnia Mura, liderança do movimento indígena e presidenta do Instituto de Apoio aos Povos Originários da Amazônia (Iapoam), entidade não governamental que presta apoio para os indígenas em diversas áreas.
“Os povos indígenas, em mais de 500 anos do início da colonização portuguesa, ainda carecem de serviços básicos para qualquer cidadão brasileiro. Saúde, educação e cultura são essenciais para o bem-estar de milhares de famílias que sofrem com a carência total nestas áreas ou com a prestação de serviços ineficientes ou em quantidade que não supri a necessidade. Nos integramos ao quadro do PROS para reverter este quadro e trazer prosperidade para nosso povo”, destacou Kamila.
A presença de indígenas na legenda pode aumentar. Até o momento, a líder cadastrou 1.079 famílias. A grande maioria não integra organizações partidárias porque não existe legalmente como cidadãos brasileiros.
“Cerca de 60% dos cadastrados não possui documentação. Sem RG não é possível participar. Estamos trabalhando nesta regularização, tirando os documentos deles. Nossa intenção é ter presença no Legislativo para ter voz. O Amazonas, apesar de concentrar a maior população indígena do Brasil, nunca teve um deputado estadual ou federal que fosse índio, Dizem que os políticos nos representam, isso não é verdade. Com essas mentiras nosso povo perdeu sua história de vida. Os não índios não entendem nossas demandas. No PROS, esperamos apoio para sair deste anonimato secular”, afirmou a líder.
A principal bandeira do partido é um tema recorrente, mas que teve poucos avanços: a desoneração tributária. O PROS se reestrutura nacionalmente para ampliar sua participação nas esferas municipal, estadual e federal para reduzir a quantidade de tributos assim como as alíquotas.
“A desoneração tributária é uma causa comum tanto do não índio quanto do índio, afeta as pessoas saudáveis e as doentes, retira dinheiro do trabalhador e do desempregado. A integração dos indígenas ao nosso quadro fortalece a legenda para lutar pela redução desta pesada herança. Pagando menos impostos, as pessoas têm mais dinheiro para se alimentar e cuidar de suas famílias; recolhendo menos, as empresas podem investir e contratar mais”, analisou o presidente do diretório do PROS estadual, dr. Mike Ezequias.
Quadro atual
Em 2018, o PROS elegeu os vice-governadores Jaime Nunes (AP) e Lincoln Tejota (GO), o senador Eduardo Girão (CE), oito deputados federais e 20 deputados estaduais.
Nas eleições municipais de 2020, o partido elegeu 41 prefeituras e 754 vereadores. Em Manaus, o partido recebeu cerca de 37mil votos, elegendo os vereadores Wallace Oliveira com 4.918 votos e Elan Alencar com 3.182 votos.
Nesta semana, o presidente do diretório estadual, Dr. Mike, acompanhado do secretário geral do partido, Ângelo Reis, reuniu, em Brasília, com o fundador e presidente nacional do partido, Euripedes Gomes de Macêdo Júnior, para tratar das estratégias de ampliação da base, prestação de contas e acompanhamento dos projetos de lei em andamento no Congresso Nacional.
“O PROS é um partido que tem muito a contribuir com os 62 municípios do estado. Temos nossa causa maior, que é a redução de impostos, mas estamos atentos às peculiaridades de cada localidade. Vamos iniciar uma série de viagens pelo interior para conhecer os problemas e atrair lideranças para a legenda, que sejam comprometidas com o bem-estar social. No PROS não temos estrelas, temos trabalho sério e contínuo”, afirmou Dr, Mike.