A substância entorpecente de cor preta, sem cheiro e que não pode ser identificada por reagentes químicos sai do Peru, provavelmente do distrito de Loreto, passa por Manaus e segue para outros países, onde é comercializado a preços que variam entre U$ 30 a 35 mil.
A Polícia Civil e Polícia Federal do Amazonas tem poucas informações sobre a nova modalidade da droga. “Em abril do ano passado apreendemos uns 40 quilos de cocaína negra em que estavam escondidos no porão de uma embarcação”, disse o titular da Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc) Paulo Mavignier.
No dia 1º de fevereiro, a equipe de Inteligência da Repressão ao Contrabando e Descaminho da delegacia da Receita Federal em Novo Hamburgo (RS) reteve encomenda expressa proveniente de Manaus (AM) da rara e indetectável Cocaína Negra. A droga estava acondicionada em pacotes de açaí em pó.
Investigações e diligências feitas pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul resultaram na apreensão de mais uma carga da droga, somando 26 kg, e a prisão de um cidadão colombiano, dono da droga. O laudo pericial comprovou que se tratava do referido entorpecente. O valor estimado da apreensão é de R$ 6 milhões.
A Cocaína Negra, além da coloração atípica, não tem cheiro, não sendo detectada por cães farejadores, tampouco reage ao teste preliminar (Tioseanato). Além disso, pode ser moldada em formatos que imitam peças plásticas.
Com informações da Receita Federal
A descoberta
As autoridades colombianas descobriram em 2005 um tipo de cocaína negra, inodora e compacta, com a qual os narcotraficantes tentam evitar os controles anti-narcóticos.
Como é feita
Os traficantes “usam substâncias químicas que fazem com que a droga fique com esta cor e que, além disso, se solidifique fazendo parecer que se trata de um componente plástico”, explicou o coronel Ricardo Salgado, comandante da Polícia Judicial (DIJIN) no departamento de Antioquia (noroeste).
Trata-se da “coca negra”, um alcalóide de alta pureza que, submetido a um sofisticado processo químico, se torna imperceptível para cães farejadores e raios X dos controles nos aeroportos, acrescentou.
As investigações
O coronel informou que a descoberta ocorreu após a captura, na cidade de Medellin, de um traficante que aparentemente exportava a droga para os Estados Unidos por meio de encomendas enviadas por correio.
O homem levava em um carro 3.000 gramas da “coca negra” quando foi detido pelas autoridades, afirmou.
“Estamos em um processo investigativo para determinar quantas remessas do mesmo tipo puderam ser feitas para os Estados Unidos”, acrescentou o oficial.
Salgado descreveu que os traficantes impregnavam a droga dentro de malas ou pacotes que pudessem remeter por correio aéreo.
O preço da droga
O oficial avaliou que o alcalóide apreendido tem um valor no mercado negro superior a 60.000 dólares.