Na decisão que determinou buscas contra o vice-governador do Amazonas, Carlos Almeida, o ministro Francisco Falcão ressalta que, após comandar a pasta, ele mantinha influência na Secretaria da Saúde, e indicado sucessor, Rodrigo Tobias, e o número dois, João Paulo Marques dos Santos, ambos presos hoje pela operação da Polícia Federal.
A informação é do site O Antagonista.
Segundo site nacional, citando a PF, “Foram identificadas mensagens que indicam a participação direta do vice-governador no processo de aquisição dos ventiladores pulmonares, inclusive no tocante à possibilidade de realização de pagamento de forma antecipada.”
Há, ainda, o relato de que Almeida usava salas de um edifício comercial em Manaus para encontros e reuniões com “diversos servidores públicos, incluindo a deputada Alessandra Campelo (MDB)”, relatora da CPI dos Respiradores. As salas seriam do escritório de advocacia Cruz, Queiroz, Bernardino & Azevedo Advogados, que tem entre seus sócios Julio Cezar Furtado de Queiroz, dono de empresas com contratos com a Secretaria de Saúde.
Em sua decisão, Falcão cita um vídeo que circulou na internet com o vice-governador deixando o prédio com uma bolsa térmica, que depois ele disse ser para o transporte de crepioca e whey protein. Para os investigadores, o conteúdo era propina.
“Relevante destacar as circunstâncias peculiares dos encontros registrados pelas câmeras do circuito interno do edifício, que mostram os participantes portando bolsas, maletas, mochilas, e até mesmo lancheiras ou vasilhames. Essa questão foi objeto de divulgação, em rede social, de informação no sentido de que o vice-governador estaria utilizando uma bolsa para transportar dinheiro em espécie.”
Assim como o endereço de Carlos Almeida, as salas do escritório de advocacia foram alvo de buscas hoje pela manhã.