A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) está fortalecendo o plano estadual de eliminação da malária junto aos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dseis), responsáveis por gerir a atenção à saúde de indígenas aldeados. A reunião de gestão e de fortalecimento com os coordenadores dos nove distritos do estado ocorreu nesta quarta-feira (15/06), na sede da fundação, na zona norte de Manaus.
A atuação da FVS-RCP, instituição vinculada à Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), ocorre junto às coordenadorias de Vigilância em Saúde municipais, por meio das secretarias municipais de saúde (Semsas). A aproximação junto às representações de indígenas aldeados fortalece as ações de controle da malária nas regiões dos DSEIs que, por vezes, abrange geograficamente mais de um município.
Os DSEIs são coordenados nacionalmente pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai). “A nossa proposta é planejar as ações junto com os distritos, enxergar os desafios para poder fortalecer juntos as ações de controle da malária, a partir de um planejamento realizado de forma integrada, assim como é feito com as Semsas (secretarias municipais de Saúde)”, especificou o diretor técnico da FVS-RCP, Daniel Barros.
“Convidamos os DSEIs, que estão dentro do território amazonense, bem como a coordenação geral de controle de vetores e zoonoses quanto da própria Sesai, para discutir estratégias importantes para nortear a eliminação da malária dentro do território indígena”, acrescenta a gerente de Doenças de Transmissão Vetorial – Malária do Departamento de Vigilância Ambiental da FVS-RCP, Myrna Barata.
Realizadas em conjunto, as ações visam cumprir o plano de eliminação da malária no Amazonas, que faz parte da estratégia nacional para reduzir o número de casos, em todo o país, para menos de 68 mil até 2025, reduzir o número de óbitos para zero até 2030 e eliminar a doença do país até o ano de 2035.
“É fundamental esse envolvimento tanto das secretarias estaduais, quanto da Fundação de Vigilância em Saúde, secretarias municipais e do Ministério da Saúde para que seja alcançado esse objetivo”, afirma Marcelo Yoshito Wada, coordenador geral de Vigilância de Zoonoses e Doenças de Transmissão Vetorial do Ministério da Saúde.
Saúde indígena
Participaram da reunião de alinhamento, de forma presencial ou por videoconferência, representantes dos distritos: Dsei Manaus, Dsei Parintins, Dsei Alto Solimões, Dsei Alto Rio Negro, Dsei Médio Rio Solimões e afluentes, Dsei Purus, Dsei Vale do javari e Dsei Yanomami e Dsei Porto Velho, além de coordenação nacional da Sesai.
Um dos representantes que participou, de forma presencial, na reunião, foi o coordenador do DSEI Alto Solimões, Weydson Gossel, que destacou a experiência exitosa de redução da malária, nos últimos quatro anos, no distrito que compreende população de 72 mil pessoas distribuídas em 243 aldeias.
“Com o trabalho que efetivamos, temos conseguido avançar bastante com ampliação de redes de diagnóstico, qualificação de agentes de saúde, tratamento em até 48 horas, capacitações e educação em saúde. Nós falamos de eliminação da malária e não mais de diminuição pelo trabalho que temos feito”, destaca Weydson.
Cenário
De janeiro a maio de 2022, foram registrados 17.777 casos novos de malária no Amazonas, sendo 4.056 em janeiro, 3.840 em fevereiro, 4.042 em março, 3.103 em abril e 2.736 em maio. De janeiro a maio de 2021, foram registrados 19.787. A redução de casos comparados com o mesmo período do ano passado é de 10%. Em todo o ano de 2021, foram registrados 61.116 casos de malária.
Fonte: ses am