Treinador palmeirense também analisa que chuva foi determinante para o empate.
Depois do empate em 2 a 2 entre Palmeiras e Corinthians nesta quarta-feira, na Neo Química Arena, pela segunda rodada do Paulistão, o treinador do Verdão, Abel Ferreira, analisou o clássico e comentou sobre o surto de Covid-19 no rival (sem oito jogadores contaminados) e a pandemia no Brasil.
– Temo, temo (um surto no Palmeiras). Eu tive uma conversa com nosso diretor. Eu preferia jogar contra o Corinthians com força máxima, clássicos são bons para isso. Mas mais do que falar do que passou no Corinthians, quero falar no geral – disse Abel.
– Quando cheguei aqui, fiquei espantado. Na Europa tivemos dois lockdowns, que era só ficar em casa. Quando cheguei aqui vi que, de fato, as regras tinham que ser mais rígidas. Assusta a quantidade de mortos. Eu sou apaixonado pelo futebol, mas futebol sem vida não é nada. O que posso dizer é para que sejamos responsáveis. Assusta quando ligo o jornal e vejo as notícias, os hospitais lotados. Temos que esquecer o clubismo, a rivalidade, e lutar por uma causa. A Covid é um rival que não tem dó, que mata – completou.
Abel Ferreira durante Corinthians x Palmeiras — Foto: Marcos Ribolli
Além deste temor de Abel Ferreira, outro medo que o treinador palmeirense teve nesta quarta-feira foi o risco de lesões, já que a chuva na arena corintiana foi forte.
– Foi determinante (a chuva). Quem estava em casa, viu. Tivemos dois jogos. Um jogo até os 30 minutos, onde fomos superiores, e depois quando apareceu a chuva. É só ver como o nosso adversário fez os gols, se adaptou bem. A chuva tem influência direta sob as características do time que tínhamos em campo, nosso meio gosta mais de trabalhar a bola, de jogar, de construir, não é um meio-campo de bola no alto, de segundas bolas – disse.
– Quando o jogo passou a ser mais físico, de segundas bolas, aí o nosso adversário foi melhor e fez dois gols. O primeiro em função do estado do gramado, que foi minha grande preocupação, meu medo era que tivéssemos lesões. Era um rachão, meu maior medo era uma lesão – completou Abel.
Administrando o início da temporada de 2021 com o final da 2020, Abel Ferreira entrou em campo com um time alternativo, com jogadores que costumam a atuar menos e outros atletas da base. O treinador foi questionado sobre como está fazendo para administrar o cansaço do elenco.
– Quando cheguei aqui falei com os jogadores. Foi um pouco difícil perceber que eu rodava muito a equipe. Entendo que com essa densidade de jogo é impossível ter uma boa performance, várias equipes não jogam, uma equipe que não esteja 100% recuperada não vai jogar bem.
– A única forma que temos é revezar os jogadores. Eles todos perceberam que servem a equipe, todos jogam um pelo outro, tem dado resposta. Todos somos um, lutamos todos pelo mesmo e deixamos o ego em casa. Eu também já disse, o Palmeiras tem que jogar para vencer onde quer que seja – finalizou o treinador.
O Palmeiras, com a vantagem do empate por ter vencido o primeiro jogo por 1 a 0, enfrenta o Grêmio no domingo, às 18h, no Allianz Parque, pela final da Copa do Brasil.
Sob chuva, Lucas Lima e Gabriel Silva comemoram gol do Palmeiras — Foto: Cesar Greco/Palmeiras
(Com informações do GE).