O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, decidiu adiar a sessão do Congresso Nacional, até então marcada para esta terça-feira 18, na qual seria feita a leitura de instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) para apurar os atos do dia 8 de janeiro.
O adiamento acontece após pressão de líderes governistas, que nos últimos dias trabalham para convencer parlamentares a retirar assinaturas que autorizam a criação da comissão, sob o argumento de que o Supremo Tribunal Federal (STF) já investiga o caso. “Existe um questionamento da maioria do Congresso”, explicou Pacheco ao final da reunião com líderes partidários no início desta tarde.
Mais cedo, líderes do governo na Câmara apresentaram pedido de adiamento da sessão usando como manobra o Projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN) que define o piso nacional dos profissionais de enfermagem. Eles argumentaram que até então não havia acordo sobre o projeto, e portanto, ele não poderia ser votado.
Na contrapartida, líderes de oposição apresentaram requerimento para manutenção da sessão onde seria feita a leitura de instalação da CPMI, que já tem assinaturas suficientes para ser criada. A manobra foi antecipada pela Jovem Pan na noite da segunda-feira, 17.
Com o adiamento, o governo espera ganhar tempo para reverter as assinaturas do requerimento de instalação da comissão. Após Pacheco anunciar sua decisão a favor dos governistas, líderes da oposição concederam coletiva à imprensa e fizeram críticas ao adiamento.
“Essa CPMI interessa ao Brasil, em especial ao Congresso Nacional”, disse Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado. “É necessário que juntamente ao STF nós tenhamos resposta às ações e omissões que por ventura tenham ocorrido nesse dia 8 de janeiro”, reiterou.