Jeferson da Silva Lima, conhecido como ‘Peladinho’, confessou ter participado do crime, mas negou ter atirado
O terceiro suspeito pelas mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips se entregou na delegacia de Atalaia do Norte, no Amazonas, na manhã deste sábado. Jeferson da Silva Lima, conhecido como “Peladinho”, tinha um mandado de prisão em aberto pela participação nos crimes.
Peladinho confessou seu envolvimento com os assassinatos, mas negou ter atirado contra as vítimas. O GLOBO apurou que Jefferson disse aos investigadores ao chegar à delegacia que “tem mais gente na comunidade envolvida”.
Em nota, a Polícia Federal informou que Jefferson será interrogado e encaminhado para audiência de custódia.
Jefferson da Silva Lima se entregou na delegacia de Atalaia do Norte — Foto: Divulgação
Na tarde desta sexta-feira, a PF já havia divulgado nota confirmando que “remanescentes” do jornalista Dom Phillips, desaparecido desde o último dia 5 no Vale do Javari, na Amazônia, foram identificados em material recolhido em local que foi apontado por Amarildo da Costa de Oliveira. Conhecido como Pelado, Amarildo confessou ter matado Dom e o indigenista Bruno Pereira.
Segundo a PF, a confirmação veio a partir de um exame de “odontologia legal combinado com a antropologia forense”. Isso significa que os peritos conseguiram comparar os restos mortais com laudos da arcada dentária do inglês, enviados pela família dele. — Se o prontuário for de qualidade e recente, isso é feito de forma bem eficiente e rápida — afirmou o presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF), Marcos Camargo.
Ainda falta confirmar se os restos mortais do segundo corpo são compatíveis com o de Bruno Pereira. Conforme fontes que acompanham as investigações, após serem mortos, os dois foram queimados antes de serem enterrados – portanto, os “remanescentes humanos”, como definiu o ministro da Justiça, Anderson Torres, não estão em bom estado de conservação. A perícia está sendo feita no Instituto Nacional de Criminalística da corporação, em Brasília.
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Já a “antropologia forense” analisa características do corpo para identificar a vítima, como marcas de nascença, cicatrizes, tatuagens e a estrutura óssea. A confirmação definitiva só deve vir, no entanto, com o exame de DNA, que costuma demorar mais e deve ser concluído na próxima semana.
A PF acrescentou no texto que “os trabalhos para completa identificação dos remanescentes, para a compreensão das causas das mortes, assim como para indicação da dinâmica do crime e ocultação dos corpos” seguem em curso.
Fonte: O Globo.