Crianças com sintomas respiratórios sofrem com espera por atendimento médico nas unidades de saúde em Belo Horizonte
O aumento de casos de gripe, sobretudo entre as crianças, tem lotado as unidades de saúde de Belo Horizonte. Neste domingo (2/1), a reportagem do Estado de Minas flagrou pacientes e acompanhantes sofrendo na espera de pelo menos oito horas por atendimento. A prefeitura admite o problema e diz que “tem empreendido todos os esforços para garantir um atendimento mais ágil para a população”.
Na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Leste, no Bairro Vera Cruz, Região Leste da capital, relatos de pacientes contam que a previsão de atendimento chega a 10 horas de espera, com muitas crianças de colo, algumas delas chorando por conta dos sintomas da gripe, tais como tosse, febre e dor de garganta.
A confeiteira Nara Regis, de 33 anos, esteve na unidade com a filha de 1 ano em prantos. Mesmo assim, uma enfermeira teria lhe dito que choro não era motivo para dar prioridade. “Demorou 40 minutos pra passar na triagem. Minha filha acordou chorando, eu fui lá dentro e eles falaram que não podia atender ela só pelo choro. E ela não é de chorar”, conta.
“Só mandaram esperar. Não é a primeira nem a segunda vez que vou lá dentro. Pedi pra ver se falta muita gente na minha frente e falaram que não podem olhar”, reclama.
A previsão que funcionários da UPA deram para atender a filha da cabeleireira Aline Martins, de 35 anos, é de oito horas, sem contar a demora para a triagem. “A demora no atendimento é porque a UPA está muito cheia. E está cheio de criança aqui esperando com sintoma de gripe”, relata Aline.
A filha, de 7 anos, sofre com os sintomas de gripe desde o Natal, que se agravaram nos últimos dias com a ocorrência de febre. “Fiquei com medo e tive que trazer ela aqui. Não tinha nem lugar pra sentar, agora que começou a ter lugar porque tem muita gente desistindo e voltando pra casa.”
Embora as crianças estejam em maioria, elas não são as únicas sofrendo com o surto. Rosana Gomes, de 55 anos, levou a mãe, idosa, em busca de solução para os problemas respiratórios. “Minha mãe está sentindo muitos sintomas de gripe. Todo mundo aqui é gripe e a maioria é criança”, observa.
( Com Informações: Estado de Minas )