O duplo homicídio envolvendo duas amazonenses que moravam em São Paulo há dois anos está movendo a polícia nacional.
Julia Renata Garcia Rafael, de 26 anos, e Claudia Cristina, de 35 anos, desapareceram no dia 3 de junho, no feriado de Corpus Christ quando foram para uma festa clandestina na comunidade de Paraisópolis. Os corpos da amigas foram encontrados na manhã desta quarta-feira (16), no acostamento do quilômetro 48 do Rodoanel Mário Covas.
Tudo indica que elas foram enterradas e após12 dias, desenterradas e jogadas na rodovia para tirar a atenção da polícia que permanecia com buscas na comunidade de Paraisópolis. O local é conhecido pelo intenso comércio ilegal de drogas.
Motivações
O delegado Fabio Pinheiro Lopes afirmou que ainda há diversas suposições para o motivo das mortes, uma das linhas analisada é de que Claudia se relacionava com um policial militar e ela pode ter sido vista como informante. Ao ser reconhecida, pode ter sido morta para que integrantes de facções e traficantes não fossem entregues para a polícia. A vítima deixa um filho.
Claúdia chegou a dizer que viria para Manaus em agosto, após responder o comentário de uma amiga nas redes sociais.
No caso de Julia, os policiais analisam uma possível relação com outra pessoa indevida que até o momento não foi identificada, porém a polícia trabalha com a hipótese da jovem estar no local errado e na hora. Consequentemente ter sido morta por ser amiga de Cláudia.
A última postagem de Julia foi um vídeo com as principais fotos e com a legenda “Eu não era ex”. No Instagram, a amazonense possui mais de 15 mil seguidores. Nos comentários, amigos pediam para que sua imagem fosse compartilhada e encontrassem o paradeiro da jovem.
Uma das desaparecidas chegou a enviar mensagem para uma amiga e disse que estava “com o dono do rolê”. O caso continua em andamento e mais testemunhas devem ser ouvidas. O empresário Gledson Ferreira é investigado pela Polícia e já prestou depoimento. Ele confirmou em depoimento que levou as amigas para a festa.
A polícia acredita que as jovens podem ter sido atraídas para a festa, pois houve uma insistência grande para irem ao local.
O delegado coordenador do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) disse que ainda não pode afirmar se o dono da casa noturna tem envolvimento com o crime. O caso estava sendo investigado como desaparecimento e, agora, foi direcionado para a 1ª Delegacia de Homicídios.